História da Estética
A história da estética, ao contrário do que podemos imaginar nos dias de hoje, não se refere obrigatoriamente à mulher e nem à aparência física. Com tudo, a palavra “belo” por séculos ou milênios esteve associada ao homem e aos atributos ditos masculinos, e não à mulher. A partir desse conceito é possível entender por que a trajetória da beleza iniciou com uma história masculina.
A estética está dentro de um eixo da filosofia que apresenta como principal objetivo o estudo da natureza da beleza e dos fundamentos da arte. Dentro da Estética a “Beleza” obedece padrões culturais que mudam ao longo do tempo e de acordo com as sociedades.
Na antiguidade, as mulheres não representavam a si mesmas. Nesse período, eram os homens que as representavam e que idealizavam através de seus imaginários a beleza feminina.
Para os gregos a beleza ou belo era associada ao termo Kalón que trazia como significado admiração, que atrai olhares e agrada. Naquela época não se tinha uma definição clara para beleza. O belo representava outros valores. Por exemplo, para Platão, a beleza estava associada a sabedoria e para Oráculo de Delfos à justiça.
No período da Pré-História o corpo representava como uma arma de sobrevivência, utilizada tanto para caça, quanto para a fuga dos predadores. Foi a partir desse momento, quando o homem passou a viver em grupos, que os padrões de beleza começaram a ter notoriedade.
Quer entender melhor sobre a História da estética? Prossiga leitura.
GRÉCIA
No século V a.C., período de ascensão de Atenas, o povo grego começou a ter uma percepção mais clara do belo estético. Nessa época, iniciaram-se as habilidades das artes, particularmente a pintura e escultura, onde as imagens representavam a Beleza ideal. As proporções passaram a ser consideradas, onde o corpo humano belo era aquele que apresentava harmonia e proporção entre as partes.
Afrodite de Cnido”, cópia romana de original grego do séc. IV a.C., de Praxíteles, o primeiro artista grego a esculpir uma mulher nua. Por outro lado, a beleza feminina era considerada com uma “coisa perversa e bela”. O bonito não estava no corpo feminino e sim no masculino, principalmente, no homem rico, másculo e grego.
Hermes e Dionísio”, mármore, de Praxíteles, séc. IV a.C. Museu Arqueológico de Olímpia.
Os gregos não utilizavam muita maquiagem, porém a preocupação maior era com a saúde e a beleza do corpo. Os homens buscavam pela forma ideal através de exercícios físicos, massagens e banhos aromáticos. Já as mulheres, utilizavam penteados elaborados com fitas, cachos e maquiagem extremamente delicada.
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EGITO
No Egito, a pintura no rosto estava associada com espiritualidade e aparência. Tanto homens quanto mulheres utilizavam maquiagem, produtos que se tornaram parte da higiene diária e um ritual de beleza. O Egito é sem dúvidas um dos melhores exemplos para citar em relação a história da estética.
Pintura Egípcia em Papiro.
Como podemos observar em várias pinturas realizadas em papiros, os olhos tinham um destaque maior, eram bem delineados com Kohl (carvão) e as pálpebras recebiam toques de índigo que eram esfumaçadas com sombra em pó colorida feita de malaquita moída (pedra). Eles também utilizavam outras tinturas e especiarias, como henna, açafrão, curry, entre outros pós coloridos.
ROMA
O mundo romano continuava com a estética centrada no masculino. Tanto é que a tradição romana preconizava que as mulheres usassem túnicas longas, com uma faixa bordada na barra. Aquelas mulheres que exageravam na maquiagem eram taxadas de adúlteras ou prostitutas.
O banho de leite de jumenta era utilizado para deixar a pele macia e lisa, conhecimento repassado as romanas por Cleópatra. Nessa época as mulheres com alto poder aquisitivo usavam muitas joias, anéis, braceletes, brincos e colares. Muitos óleos perfumados de massagem e banhos, contemplavam rituais de beleza.
HISTÓRIA DA ESTÉTICA E O RENASCIMENTO
Nesse período os valores humanistas retornaram e com eles vieram também a adoção de padrões de beleza da Antiguidade.
No renascentismo as pinturas passaram a ser mais sedutoras e com os corpos à mostra. Os quadros mostravam mulheres de cabelos longos e com formas avantajadas. Já os homens tinham um corpo musculoso e sem pelos.
Nessa época os ideias greco-romanos também retornaram e a obesidade era sinônimo de status, riqueza e ostentação. O que era disponível para um seleto grupo da nobreza.
Os pintores Leonardo da Vinci e Michelangelo dão apoio a estética centrada no homem, representando-o sob vigoroso naturalismo de gestos e expressões faciais, destacando músculos e nervos.
É nesse momento também, que os decotes descem, os penteados ficam mais elaborados e as maquiagens começam a ser utilizadas no dia-a-dia. Roupas luxuosas estavam na moda e representavam o grau de nobreza.
HISTÓRIA DA ESTÉTICA NO SÉCULO XVIII
Foi um período marcado por muitos exageros em diversas áreas, como, na pintura (pó de arroz), na arquitetura e no vestuário. Roupas de sedas, rendas e cetim estavam no auge. As perucas eram muito utilizadas e os decotes eram bem extravagantes, alguns chegavam até os mamilos. As cinturas afuniladas com espartilhos já eram utilizadas.
ANOS 10
O marco desse período foi a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), que motivou novos pensamentos e formas de agir da humanidade. Pela primeira vez as mulheres participaram do mercado de trabalho, assumindo diferentes papéis. Durante esse período, o vestuário tonou-se prático e apropriado à rotina das fábricas e escritórios.
ANOS 60
Foi uma década revolucionária que marcou a explosão da juventude e o desejo da liberdade. Pílula anticoncepcional começou a ser comercializada. Os jovens entraram no mercado de trabalho e fizeram a sua própria moda. As jovens da época imitavam o biotipo de modelos magras, a maquiagem era basicamente nos olhos, cílios negros e postiços, batom e esmaltes tinham tonalidades claras. A moda era cabelos armados com muito laquê e as perucas também estavam em alta.
ANOS 80
Época da geração saúde, febre das ginásticas aeróbicas e vitaminas. A música influenciou fortemente a moda (rappers, punks, góticos, skinheads). A maquiagem tinha cores vivas e fortes, como o vermelho e o pink. Os olhos eram pintados com sombras e os cílios eram alongados com máscaras coloridas. Os cabelos iam do topete alto ao penteado com gel de efeito molhado.
ANOS 2000
O Brasil torna-se um país fornecedor de modelos lindas. A indústria de cosméticos se especializa cada vez mais, oferecendo produtos eficazes, mais práticos, hipoalergênicos e orgânicos.
O início do século XXI foi marcado pela nanotecnologia, a arte de manipular os materiais em uma escala atômica ou molecular. Essa tecnologia modificou as propriedades químicas e transformou-as em unidades cada vez menores, aprimorando os ingredientes e diminuindo as reações adversas. Os aparelhos começam a ficar cada vez mais sofisticados e os tratamentos cosméticos são personalizados, destinados especificamente para cada tipo de pele e idade.
O avanço da tecnologia permitiu criar equipamentos e técnicas minimamente invasivas, eficazes e acima de tudo, ao alcance de toda a população.
Achou interessante descobrir tudo sobre a história da estética? Deixe seu comentário! Leia também um artigo sobre biossegurança nas estéticas.
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